Venha aprender

A vida no mato tem serviço que não acaba mais. E se a autonomia é um princípio que norteia as suas ações, então suas responsabilidades acabam de duplicar. Bom? Ruim? Bom e, ao mesmo tempo, ruim. Nada escapa a essa complementaridade.

Por algum mistério da pachamama, uma coisa está ligada à outra: para construir um galpão, por exemplo, temos que cortar árvores; para cortá-las, é preciso saber usar o machado ou a motosserra; para cortar bem, temos que afiar as ferramentas; para saber qual árvore cortar, é preciso reconhecê-las e esperar a época certa do ano. Depois, tem que carregar, descascar, medir, botar de pé, encaixar. Onde está mesmo a lima para afiar?

Com o plantio acontece algo semelhante: para ter uma boa colheita é preciso boas sementes, solo de qualidade, água, força física, jeito, cerca para bichos, experiência, sol.

Se as responsabilidades duplicam, além disso, no mato a complexidade triplica. Gaia pode até nos dar abundância (inclusive de mosquitos e carrapatos), mas infelizmente ela esqueceu de enviar ajuda.

Se você está na disposição de trabalhar e quer aprender a mexer com a terra e plantar, a construir com materiais naturais e industriais, a usar ferramentas manuais e mecânicas, a desenvolver sua percepção e atenção na natureza – escreva-me para combinarmos uma estada aqui (alojamento, comida, etc.).

Mas não se engane: isso não é um curso nem voluntariado. Não há uma agenda pré-definida. Trata-se de convivência e trabalho. Teremos tempo para conversar, aprender e ensinar fazendo, e também dar umas voltas ou ficar em silêncio ou a sós. Com cada pessoa, será de um jeito.

O que você gostaria de fazer?

Vale da linha Pinheiro em Maquiné – RS