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Estratificação segundo o clima

O desenho abaixo foi extraído do vídeo “The Foundations of Syntropic Agroforestry” que é uma breve aula sobre os fundamentos da agrofloresta sintrópica.

Me chamou a atenção o enfoque que Fride Keegan deu aos climas subtropicais e temperados..

Como está simplificado no desenho, em climas tropicais há uma diverisidade e abundância nos vários estratos (emergente-E, alto-A, média-M, baixo-B). Isso acontece devido à intensidade solar alta o ano todo, podendo alcançar o interior da floresta, até o solo. As temperaturas também são altas, o que impede a geada.

Já em climas subtropicais, a intensidade solar é média. Na floresta, o frio castiga as árvores emergentes, fazendo com que os estratos alto e médio, protegidos do frio, mas recebendo boa insolação, se desenvolvam mais. Isso reduz a incidência de luz no estrato baixo, diminuindo também sua abundância.

Nos climas temperados, o frio é mais intenso e a insolação média é baixa. O estrato emergente, muitas vezes adaptado à neve e perdendo as folhas no inverno, possui copas pequenas. O frio atinge os estratos alto e médio, diminuindo principalmente o primeiro. Na parte mais próxima do solo, com abundância de matéria orgânica se decompondo lentamente e com temperaturas relativamente mais quentes que nos outros estratos, se desenvolve rica vegetação.

Esse esquema me fez pensar o seguinte. Essa é uma generalização para florestas naturais. Outros tipos de vegetação, como campos (savanas tropicais ou tundras temperadas), obviamente vão se comportar deferente. Ao meu ver, o fator principal na discussão sobre como os estratos se comportam em relação ao clima, é a altura física da vegetação. A vegetação cria uma camada de transição entre o solo e a atmosfera. O vento, por exemplo, ao penetrar num bosque, desacelera. No campo, essa desaceleração é quase nula. Logo, os efeitos do frio (geada e neve) e do vento (seca) são amenizados pela altura física e densidade da vegetação.

Se temos uma agrofloresta de altura física baixa (com plantas de até 2m, por exemplo), num clima subtropical, é provável que numa manhã de geada, todo o sistema seja afetado. Agora, numa agrofloresta com árvores de 5 ou 10 metros, o efeito da geada provavelmente não será sentido pelas plantas no interior do sistema.

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